sábado, 30 de abril de 2011

Rio de Janeiro em véspera de feriado: a Índia é aqui?

Rio de Janeiro em véspera de feriado: a India é aqui?




Nunca fui à India, mas diante dos filmes e documentários que vejo, penso que há um trânsito insuportável, onde cada um faz o que quer, sem respeito às regras e às leis.

Resolvemos, Nino e eu, visitar a família de nossos filhos Leilany e Marcus em Campos de Goytakazis a 1050 km de Bauru. Não é possível fazer este percurso em avião, pois não há voos diretos. É possível ir de Bauru para Campos de ônibus, porém é preciso ir à São Paulo ou ao Rio de Janeiro para pegar outro ônibus. Como íamos trazer muitas encomendas, resolvemos vir de carro, na véspera do feriado de 21 de abril. Tínhamos a ilusão de fazer o percurso em 14 h, revesando-nos ao volante do carro. Saímos na madrugada do dia 20, ás 4 horas da manhã.

A viagem começou tranquila, mas o nino na direção. Almoçamos já no final do estado de São Paulo. Aos poucos chegamos no Rio de Janeiro e entramos na avenida Brasil e o trânsito nos surpreendeu. Paramos de andar, ou melhor, andávamos um pouquinho e descansávamos muito... era impossível....Levamos cinco horas para atravessar a cidade do Rio de Janeiro. Neste ínterim, vendedores ambulantes surgiram do nada, vendendo de tudo. Para isso entravam no meio dos carros, com perigo de serem atropelados. Motos passavam por todos os lados, buzinando sem parar. Sirenes de ambulâncias e polícias passavam por nós, mas nenhum policial comandava o trânsito. Não havia acidentes que motivassem esta loucura, esta parada. Único motivo possível era a quantidade enorme de carros. Os carros iam pelo acostamento até avistar um radar e aí entravam em nossa frente, o que nos causava stress, pois estávamos há horas no mesmo lugar.....enfim, Rio de Janeiro era visto por nós como deve ser a Índia...e não foi possível não pensar na copa do mundo que será aqui. Desculpem-me os cariocas, mas o Rio não tem estrutura para tal evento....é preciso mudar toda uma cultura de deixa pra lá, tudo pode....

Hoje já descansados, em contato com nossos filhos e netos estamos felizes. Não sabemos como será a volta...tomara que na segunda feira seja dia de trabalho e encontremos um trânsito mais calmo.



Leila F. Arruda, 60 anos, cristã, pedagoga, mãe, avó de 7 netos.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O DIA EM QUE O PINTOR APARECEU EM CASA!


Letícia
Sempre fui contra a psicologia de colocar medo em criança. Histórias de bicho papão, bruxas, ameaças,... “torturas” psicológicas que geralmente as mães apelam no momento de desespero... mas, teve um santo dia em que o pintor apareceu em casa...

Nina estava tomando vermífugo (2x dia / 3 dias) e no primeiro dia, parecia que eu a estava “matando”, uma luta ferrenha para que ela engolisse os 2,5ml e não vomitasse depois. Até que, no segundo dia, eu estava sozinha com ela, atrasada e num momento de desespero, ao ver aquela menina se debatendo e tentando vomitar, acabei deixando escapar, que ia chamar o pintor! É o pintor, que pintava a área externa do prédio, afinal só ele para me ajudar, mas algo aconteceu naquele momento, assim, como num passe de mágica, ela foi “domada” e educadamente tomou TUDO! TUDO MAMÃE!!!

Mesmo sem usar bruxas e homem do saco, conquistei a “confiança” da Nina, para tomar até vitamina de banana, comer,... Horrível?! Traumático?! Sei lá... Continuo achando que não é o melhor método, mas juro que foi sem querer, na melhor das intenções... Mas mesmo assim, de vez enquando, sabe quem aparece por lá?! rsrs.

beijos saudosos

Letícia, 33 anos, mestre em Design, coordenadora de produção e artes gráficas de uma distribuidora, professora universitária de um curso de engenharia (tudo a ver), ama arte, artesanatos (só não tem muita habilidade pra coisa). E acima de tudo, mãe da Nina.

domingo, 10 de abril de 2011

CONTRA PONTO AO FLÁVIO - DE GLÁUCIA

 Queridos leitores
Mais uma vez utilizo o pensamento de uma amiga para complementar, ou melhor, para fazer contra ponto com o pensamento de Flávio. É assim que chegamos ao conhecimento dialético. Precisamos pensar a partir de pontos de vista diferentes. Gláucia é antiga companheira minha, do movimento de professores Freinet. 
Leila


Olá amigos e companheiros de luta por uma escola melhor...
Diante dessa triste notícia é impossível se calar, porém as palavras não me vêm... O que dizer? Parece que a garganta emudece e pede um minuto de silêncio... muitos minutos de silêncio, pelas vítimas... todas elas...
A escola (essa tradicional) é mesmo um lugar chato, concordo Flávio, mas nada justifica uma violência dessa, somente a loucura e desespero.
A escola precisa mudar, a sociedade precisa mudar. O Brasil tem importado tantas bobagens americanas, mas ainda não tínhamos copiado essa violência assim insana.
É preciso rever o modelo de escola, mas também concordo com o Bernard: a pedagogia não é panacéia, não é solução para todos os males.
Se esta calamidade tivesse ocorrido num hospital ou numa repartição pública ou num shopping, não sairíamos acusando essas instituições pela tragédia. A escola e a educação fazem esse movimento de se rever (pelo menos a parte dela empenhada numa verdadeira humanização).  Isso é bom, pois a escola procura refletir sobre si mesma e perceber suas falhas.
Do silêncio chocado, concordo com você Flávio, precisamos passar ao grito de recusa a toda e qualquer violência! Precisamos avançar no TRABALHO! Esse trabalho que deve ser de cada professor e de cada aluno no processo de humanizar-se.
Deixo apenas abraços a todos, abraços de luto e reflexão. Abraços aos familiares das vítimas. Abraços silenciosos...
Gláucia

sábado, 9 de abril de 2011

Uma reflexão de Flávio sobre a escola

Flávio Boleis Júnior — Educador




A escola é um lugar muito chato, inadequado e incrivelmente ultrapassado.
O pior é que os indicadores de "qualidade" cada vez mais aceitos pela nossa sociedade vão ao encontro de uma escola emburrecedora, ao invés de propugnar um ambiente educador de verdade, onde a vida e a alegria de viver estejam presentes! Analisa-se a qualidade de uma escola pelos ranques de avaliação externa (saresp, saeb, enem, enade, pisa e outras tranqueiras mais), que são a perfeita louvação dos valores da "ética" capitalista, da competição — no lugar da cooperação —, da decoreba — no lugar da reflexão —, dos manuais escolares — agora travestidos de apostilas de "Anglo", "Etapa", "Positivo", "COC" e outras porcarias do tipo —, ao invés do trabalho transformador do mundo e da própria natureza humana no ambiente escolar.

A Pedagogia da Escola Moderna (juntamente com algumas outras pedagogias libertadoras, democráticas e que respeitem os interesses reais da infância) oferece grande esperança de formação de sujeitos ativos, autônomos e responsáveis, verdadeiros cidadãos, homens e mulheres de bem; enfim, pessoas felizes!


Nossa luta por uma Educação de verdade, com "E" e não com "e", é grande. Talvez precisássemos rever nossa ação na sociedade, nossas iniciativas de estudos entre docentes e educadores, nossos encontros, participações em congressos e fóruns de aprofundamento pedagógico. Precisamos ser mais ativos, mais propositores e divulgadores dessa pedagogia transformadora!
Iniciativas como a da Escola Lellis do Amaral Campos, em Bebedouro (da diretora Carminha) com uma sala de aulas sem carteiras (que está dando excelente resultado); da Paidós, no México (da diretora Teresita), com seu replantio de árvores em conexão entre escola e comunidade; da Curumim em Campinas (da diretora Glaucia) com suas iniciativas amplamente participativas para as crianças desde a Educação Infantil na organização do tempo e espaço escolar; do Colégio Notre Dame, em Teresina (da diretora Waldília), com a assunção dos valores da Carta da Terra em atividades práticas e cotidianas; da Oca dos Curumins (da diretora Fátima), da Escola Cândido Portinari (Da diretora Magali) que trabalha a Pedagogia da Escola Moderna da Educação Infantil ao Ensino Médio e de tantas outras escolas que conhecemos, em que trabalhamos ou já visitamos, precisam ser mais conhecidas pelos educadores pelo mundo a fora! E a responsabilidade da divulgação, da propagação das ideias e dos ideais da Escola Moderna é inteiramente nossa! Ou tomamos as rédeas da transformação que queremos realizar, ou ficamos "a ver navios".

Precisamos "derrubar a escola que temos para fazermos outra escola", como defendia Pistrak em seu livro "Fundamentos da Escola do Trabalho", que tanto influenciou Freinet!
De resto, loucos, psicopatas, doentes mentais sempre haverá, em todas as sociedades! É claro que não podemos nos conformar com um massacre como o que acaba de ocorrer no Bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, mas nunca teremos como prever os atos perversos de pessoas doentes que sequer são donas de sua própria razão. Se realizarmos um bom trabalho, uma pedagogia do bom senso, uma boa educação, pode ser que auxiliemos a evitar que algumas pessoas mentalmente sãs adoeçam!
Mas se pudermos, pelo menos, minimizar os traumas que a escola emburrecedora tem imposto aos sujeitos de nosso tempo, já estaremos trabalhando numa causa maravilhosa!



Mãos à obra!


Flávio é um educador freinetiano, amigo meu e escreveu este texto na lista que temos. Encontra-se também no blog http://paposfreinetianos.blogspot.com/. Postado por Leila Fernandes Arruda

domingo, 3 de abril de 2011

Davi o número sete


"E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus, muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no Senhor." Salmo de Davi 40:3

Davi ao nascer

Gui fazendo os palitinhos

término da obra de arte




Queridos



Fiquei uns tempos sem conseguir escrever. Efeito da falta de inspiração, mas ontem, dia 2 de abril de 2011, aconteceu algo maravilhoso que me fez voltar a desejar escrever. Nasceu Davi.

Quem é Davi? Davi é nada mais, nada menos, que meu sétimo neto. Sétimo mesmo. A neta número um é a Laura com quatorze anos, o número dois é o Guilherme com dez, a número três é Sofia com sete, os números quatro e cinco são gêmeos, Sara e Daniel. A neta número seis é a Nina e agora chegamos ao número sete: Davi. Davi e Guilherme são filhos do Leopoldo e da Renata, cujo lar foi agraciado mais uma vez. Davi é o quarto filho da Renata que já é avó de Manoela. Nossa! Deu para entender? Renata tem mais dois filhos do primeiro casamento.

O que quero lhes passar é que com Davi vem a esperança de vida nova, de reavivamento, de encontro com Deus. Para mim, Davi é um presente de Deus para nossa família, para que todos possam chegar-se ao Senhor Jesus como SENHOR de suas vidas. Para mim o número sete, é o número da perfeição e traduz um sentimento de esperança e reconciliação com Deus.

Enquanto Davi nascia, Guilherme ficou em casa e pudemos fazer muitas artes juntas, uma delas foi a culinária. Fizemos os palitinhos de cebola. Vejam nas fotos o que Gui fez.

A alegria é muita, porque mais uma vez Deus nos abençoou. Só posso dizer como o Salmo 96:

"Porque grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, temível mais que todos os deuses.

Porque todos os deuses dos povos não passam de ídolos; o Senhor, porém, fez os céus.

glória e majestade estão diante Dele, força e formosura no seu santuário.

tributai ao Senhor, ó famílias dos povos, tributai ao Senhor glória e força."


Leila Fernandes Arruda, avó de sete, casada com o Nino há 40 anos, cristã, pedagoga e mãe do Leopoldo, Leilany e Letícia, casados com Renata, Marcus e Guti.