Prof. Homero Paes Fernandes Silva 05-01-1921 / 27-12-2010
Leila
Prezados leitores desse blog
Nesta ocasião quero compartilhar com vocês meus sentimentos numa hora de dor e convocá-los a dar sua opinião sobre o que sinto, o que sente, o que já sentiu algum dia.....Você já perdeu algum ente querido? O que sentiu?
Dia 27 de dezembro, faleceu meu pai, já com bastante idade. Você dirá, é a vida!....depois de 9 meses na cama, você dirá, descansou!....Concordo com todas estas ideias provindas da razão, porém minhas emoções não acompanham meu pensar. Já não choro mais, mas falta-me algo....falta o ligar diário perguntando dele, faltam as orações pela sua saúde (já não é necessário). Vivo meu luto solitário numa época em que todos celebram a vida; talvez por ser adolescente ainda na morte de minha mãe e não ter a dimensão exata desta dor .
Pregando um dia antes de sua última operação, dia 03 de maio. O tema era sobre a fé.
O que fazer para não tornar esse luto doentio, mas torná-lo algo saudável, uma despedida? É o que preciso saber, é o que lhe peço para me contar. Aguardo sua opinião.
Obrigada
Leila Fernandes Arruda, 59 anos, filha de Homero Paes Fernandes Silva, 89 anos falecido no dia 27 de dezembro de 2010 e de D. Lúcia de Assumpção Silva, já falecida há mais de 40 anos.
Leila querida,
ResponderExcluirlutos nos acompanham em nosso dia. Cada escolha que fazemos significa perder o que não escolhemos.
Perder uma pessoa amada leva-nos a olhar para nossa solidão - sozinhos chegamos e sozinhos sairemos - e a pensar que nossa relação com as pessoas é passageira; acaba um dia e a tristeza da ausência nos assalta, sobresalta: eu esperava meu pai vir pelo corredor, saindo do quarto, meses depois de sua morte! Era assim que eu o encontrava em seu apartamento, vindo lá de dentro!
Nessa solidão de pessoas, a única presença certa é a de Jesus, ao nosso lado. Foi uma promessa d'Ele. Ela se cumpre!
Dos meus amigos queridos que se foram, ainda guardo recordações: um se foi no dia do meu aniversário, outro no dia das crianças, outro em fevereiro... lembro-me de seus aniversários e das visitas que lhes fazia, dos cafés nos fins de tarde, das cervejinhas e vinhos compartilhados... uma saudade muito grande!
É o que fica: nada doentio, mas dói; sinto muito ao dizer que não há remédio, que a dor vai diminuindo. O tempo que passa e os nossos afazeres diários vão tornando as lembranças mais leves, com menos lágrimas e se tivermos a certeza de que iremos nos encontrar em uma outra dimensão, saudáveis, alegres como bichinhos, nos fortalecemos. Se nos reconheceremos? Não sei. Sei que me acalma pensar assim! E saber que na nossa solidão, o único que não nos deixa sozinhos, NUNCA, é Jesus!
Este luto pode demorar para passar. Não fuja dele. Luto é preciso ser vivenciado, curtido, sentido e chorado para passar.
o que dizer mais??? A Marthyinha disse tudo realmente como acredito que deva ser!
ResponderExcluirAgora com a minha experiência, Leila, o que reforço a mais é que a gente se acostuma! A vida nunca mais é a mesma, os cheiros que vc sente derepente, uma música, uma piada, um costume... sempre nos lembraremos! acho que todo dia, me lembro do meu pai, de qualquer coisa assim, mas nada doído, agora já é bem mais leve, me pego em risos, lágrimas... cada momento é de um jeito.
Mas no começo, realmente, é punk! Parece que a dor não vai passar nunca! No meu caso, talvez pela idade que eu tinha, ainda morava com ele, dependia dele...Ai,é isso minha mãe na fé! Tõ eu aqui te passando minhas experiências dessa vez!
Só Jesus...
Regiane