Tia Cecília e Luciana, a caçula.
Mariza, Luizete e Cecilinha
Leila
Hoje é sábado. Estou no quarto de um hospital com papai que há seis meses não está bem. Como anteriormente escrevi, é um tempo de dores e desafios. Há períodos bons e outros de crise que precisamos administrar. E assim vamos fazendo.
Domingo passado comecei a escrever sobre a importância das pessoas, mais especificamente dos primos na formação da nossa personalidade. Escrevi sobre meus primos maternos e hoje gostaria de contar algumas dos primos por parte da família de papai. Segundo Pichon Rivieri, psicanalista a família é o grupo primário que nos constitue.
Primeiro preciso contar sobre ele: papai é o filho homem de uma família cujo pai, nascido em mares portugueses, casou-se com uma brasileira. Leopoldo e Maria tiveram 4 filhos: Homero, Célia, Conceição(que faleceu moça) e Cecília. (a ordem parece não ser esta). Como único homem, papai de um lado protegia as "meninas" e de outro era mimado por elas. Célia, fez Psicologia, casou-se com Luiz José, engenheiro e tiveram cinco filhos: Leopoldo, Cecília, Odilon, Luizete, Marisa. Tia Cecília formou-se em Educação Física e como pianista e casou-se com Celso, dentista. Teve os filhos Maria Cecília, Lincoln e Luciana. A família de papai, perto da família de nove irmãos de minha mãe, era uma família pequena. Tia Célia montou residência em Bauru, onde passávamos as férias, enquanto tia Cecília instalou-se em São Paulo, quando curtíamos assistir TV, coisa rara no interiorzão onde morávamos. (em Presidente Prudente a TV foi chegar em casa quando eu tinha 12 anos- 1963).
A família de tia Célia era especial, pois não víamos as brigas comuns que tinham em outras famílias, brigas entre irmãos. As brincadeiras também eram impares. Minhas irmãs e eu (na época não tinha nascido o Homerinho) ficávamos impressionadas com a criatividade dos bauruenses. Brincávamos de teatro, circo. Havia uma brincadeira que era de rolar discos (LPs) nas frestas do assoalho da sala. Muitos de vcs podem não conhcer este vocabulário. Discos: anteriores aos CDs. Assoalho: Tábuas de madeiras que se colocam no chão como piso. Outra brincadeira era o jogo de basquete na cesta que foi colocada na parede da sala de visitas da casa. Era um lugar amplo, ótimo para um jogo. rsrs
Certas férias brincamos de "linguas". Nos dividimos em duas tribos: os brancos e os pretos. Cada uma precisava criar um código de comunicação que a outra tentava descobrir. Nós achamos na revista Cruzeiro, a linguagem de sinais dos surdos. Decoramos e nos "falávamos" gesticulando. Ganhamos o jogo, pois mesmo depois de dias eles (os pretos) não conseguiam decifrar nossa linguagem.
A diferença crucial entre nós e nossos primos era a disciplina para so estudos. Mesmo nas férias tia Célia só permitia o brincar depois de uma hora de estudos, que acontecia em carteiras que ficavam nos quartos....
Hoje nos vemos pouco. Vi alguns deles no casamento de m sobrinho em novembro no encontro de família que papai organizou dia primeiro de maio. Mas carrego cada um comigo, como parte de minha personalidade.
Leila Arruda, 59 anos, pedagoga, mestre em assentamentos humanos, professora de Didática do IESB, coordenadora do núcleo Freinet de Bauru, mãe de 3 filhos (Leopoldo, Leilany e Letícia) e avó de 6 netos.
Vocês estão vendo de onde vem a loucura, não?!!Te Amo!!! Bjss
ResponderExcluirloucura programada em DNA? Quem eu processo?
ResponderExcluirO Guti disse que seus posts estão parecendo Números. Bjss
ResponderExcluir