Letícia
Semana passada, recebi um prospecto de um curso para liderança no qual dizia - somos a somatória de todos os feedbacks que recebemos desde a vida intra uterina. E aí?! Ah... logo minha cabeça foi além, comecei a refletir de como somos construídos e a resgatar todas as pessoas importantes que passaram e passam em minha vida, numa viagem de recordações infindáveis de amigos mais que especiais.
E é nessas retrospectivas que vemos o quão especiais foram essas pessoas, mesmo que tenham passado como meteoros e desses, eu tenho vários.
Pai e mãe nem se fale, estes me constroem até hoje como no primeiro dia. Meu irmão, minha irmã (vocês já a conhecem bem) sempre foram modelos tanto para as coisas boas, como para as ruins, neles como através de um espelho, visualizava os caminhos corretos a percorrer. Tenho dó da minha filha, se irmãos não tiver, pois esses, são tijolinhos que a gente carrega pro resto de nossas vidas.
Tive amigas de escola: primário, ginásio, colegial, faculdade... Tinham as inseparáveis... Tinha as de infância do bairro, assim como as da adolescência que compartilharam os primeiros amores, as primeiras peripécias,... cada uma dessas, mesmo com a distância, carrego sempre comigo, assim como minhas primas.
Hoje tenho as Bardelas da vida que sempre que posso, quero estar junto. Tem também amigos que a vida nos trás de presente através do trabalho, aqueles que a gente aprende amar de tanto conviver, e que apesar das mudanças da vida, a gente nunca irá esquecer.
Tem aqueles que infelizmente, a morte nos separou como um furacão, quebrando os laços fortes, deixando apenas a saudade e lembranças.
Eu como cristã tenho muito das autoridades da minha vida, seja ela um pastor, como também um bom “chefe” e falando neles, Deus me deu de presente dois (cabelo e cabeça) que me construíram muito onde muitas vezes enxergo deles em minhas ações.
Tenho amigas que sempre a vida nos fez encontrar, mas foi através dos nossos casamentos e filhos que o vínculo cresceu e floresceu (por falar nisso, Elisa estamos te esperando!!!).
E assim vai, a construção do meu “eu”, isso que nem citamos aqui a cultura, a língua o ambiente e os nossos formadores intelectuais. Seja lá como for, considerando ou não a “Zona de Desenvolvimento Proximal de Vigotski”, ou a “lei de equilíbrio e desequilíbrio de Piaget” me sinto construída e desconstruída a cada minuto, por cada um desses em uma eterna somatória da vida.
O que é um grupo? - Madalena Freire
Eu não sou você
Você não é eu
Eu não sou você
Você não é eu
Mas sei muito de mim
Vivendo com você.
E você, sabe muito de você vivendo comigo?
Eu não sou você
Você não é eu
Mas encontrei comigo e me vi
Enquanto olhava prá você
Na sua, minha, insegurança
Na sua, minha, desconfiança
Na sua, minha, competição
Na sua, minha, birra infantil
Na sua, minha, omissão
Na sua, minha, firmeza
Na sua, minha, impaciência
Na sua, minha, prepotência
Na sua, minha, fragilidade doce
Na sua, minha, mudez aterrorizada
E você se encontrou e se viu, enquanto
olhava prá mim?
Eu não sou você
Você não é eu.
Mas foi vivendo minha solidão
Que conversei com você
E você, conversou comigo na sua solidão
ou fugiu dela, de mim ou de você?
Eu não sou você
Você não é eu.
Mas sou mais eu, quando consigo
Lhe ver, porque você me reflete
No que ainda sou
No que já sou e
No que quero vir a ser...
Eu não sou você
Você não é eu.
Mas somos um grupo, enquanto
Somos capazes de, diferencialmente,
Eu ser eu, vivendo com você e
Você ser você, vivendo comigo.
Letícia, 32 anos, mestre em Design, coordenadora de produção e artes gráficas de uma distribuidora, professora universitária em um curso de engenharia (tudo a ver), ama arte, artesanatos ( só não tem muita habilidade pra coisa). E acima de tudo, mãe da Nina.