segunda-feira, 7 de junho de 2010

EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA

Leilany
Temos presenciado atualmente um fenômeno chamado overparenting, ou hiperpais. São aqueles pais que desejam que seus filhos tenham TUDO o que eles não puderam ter.

Os hiperpais, em geral, colocam os filhos no centro ou no topo da família, o que representa algumas inversões de papéis ou formas pitorescas de tratar os filhos tais como:
  • dar aos filhos tudo o que desejam na ânsia de suprir todas as suas necessidades;

  • ter a opinião das crianças como determinantes nas principais decisões que precisam ser tomadas pela família (compra do computador, do carro, destino de férias...);
  • acolher qualquer queixa que o filho traz acerca das autoridades escolares sem confrontar com o outro lado, já tomando partido e indo para cima dos profissionais da educação;

  • falta de consequência direta dos seus erros.
  • mediam todos os conflitos que o filho tem, impossibilitando que a criança lide com eles.

  • cuidado extremado com a higiene.

  • não obrigam a criança a nada, afinal de contas temos que educar pelo diálogo (ir a igreja, escola, comer, usar roupas adequadas ao clima...)

Aqui no meu condomínio tenho visto uma versão interessante e diferente gerada por esses modismos educacionais que se manifesta mais ou menos assim:

  • levar ao médico a cada tosse que o filho dá (literalmente).

  • as crianças até 7 anos ficam dias a fio sem ir a escola, qualquer motivo serve (em geral gripe), aí ficam soltas no condomínio brincando e se divertindo, saboreando a vida (mas não foram à escola porque estavam gripados?)... minha filha de 6 anos começou a se queixar diariamente para ir a escola, visto que suas amigas em massa faltam, são em média 3 faltas por semana... descobri analisando esse fenômeno a origem da falta de disciplina para o trabalho que grande parte do povo daqui tem, pois é na infância que se começa a criar disciplina para o estudo e para o trabalho.

bom... em minha análise, o que esse tipo de educação gera são filhos despreparados para o mundo social, o mundo do trabalho, consumistas e pequenos tiranos. Esse fenômeno iniciou-se na década de 70, quando a psicologia divulgava ao grande público as descobertas do desenvolvimento infantil e a sociedade passou a questionar a estrutura autoritária da família substituindo-a por um modelo democrático. Ok, em tese concordo com isso, não dá para andarmos para trás e pensarmos em um modelo de família em que todos vivem com medo da repressão paterna, mas o que vemos hoje é apenas um novo déspota no trono... a criança. Educar pelo diálogo não representa deixar de dizer não!

Educar com princípios democráticos não representa que a criança pode ver o que quer na internet, quanto tempo quiser e onde quiser!

Educar para a autonomia não representa que a criança tem maturidade para fazer escolhas que o pai deve fazer por ela!

Educar com amor não representa tomar partido sempre do filho!

Abramos os olhos e o coração, pois para educar filhos autônomos, saudáveis e felizes é necessário primeiro dizer não, se necessário deixar chorar, aguentar firme diante das birras, orientar No caminho...

Coragem!!

2 comentários:

  1. gostei muito do texto, dona pedagoga. Quem sabe eu o uso na slaa de aula? Beijos

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  2. Muito interessante essa percepção. Hoje percebo que muitas coisas que até a adolescência eu acreditava ser injustiça dos meus pais na verdade se transformaram em pilares na minha carreira profissional e na formação da minha família. Sempre penso que o equilíbrio é a solução.

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